Schwarz tem se dedicado ao estudo de Machado de Assis. Seus trabalhos sobre o autor têm sido muito referenciados pelos críticos. É com muita familiaridade que atualiza a ironia de “O alienista”, tematizando os usos e abusos do poder, pelo tão conhecido personagem do médico Simão Bacamarte. Qual a fronteira entre alienado e alienista? Tema atual tanto na época em que foi escrito (1969) como agora. Não à toa, permanece inédito até 1977, quando é publicada no número 4 da revista Almanaque e, algum tempo depois, encenada por um grupo de estudantes da PUC, dirigidos por Paulo Bétti. Desde a primeira cena, há a presença de bonecos que são maltratados de diversas maneiras. Numa apoteose — uma homérica surra — ouvem-se gritos e xingamentos. Em Machado, temos a ironia como forma de criticar a sociedade que o aplaude. Em Schwarz, o cômico e o grotesco. Na “lata de lixo da História”, muito há para ser remexido pelo leitor-espectador.