"As obras de ficção de que nos ocupamos proporcionam uma discussão sobre a questão da autonomia dos povos ameríndios e as modalidades de um projeto inclusivo no que diz respeito à construção da cidadania no interior dos estados nacionais, além de possibilitarem uma reflexão sobre o significado da "americanidade" no âmbito do cosmopolitismo pós-moderno. Elas contribuem, dessa forma, para deslocar o imaginário que reserva aos povos indígenas o lugar marginalizado de "estrangeiros de dentro", de "relíquias de um passado" a ser preservado, impulsionando, ao modo delas, a reconfiguração da sensibilidade contemporânea."