Esta obra nasceu de uma reflexão sobre a natureza profunda da economia suscitada pela experiência da acção no meio operário, a tomada de consciência dos dramas da pobreza e da exclusão, mas também dos problemas do subdesenvolvimento. O autor esforça-se por aclarar os eixos de uma política de civilização susceptível de responder aos desafios deste tempo: integração da economia e do social, governação da economia, a construção de uma nova ordem internacional. A obra de H. Bartoli não se limita a uma constatação proibindo ao capitalismo "virtuoso" qualquer triunfalismo. Procede a um regresso aos princípios, num tempo em que a extensão das paradas e a complexidade do mundo e das suas representações revelam sempre mais a inutilidade social de um pensamento económico "ortodoxo" esquecido do seu objecto e manipulado sem escrúpulos nas refregas políticas mais confusas. Pluridimensional, complexa, indissociável da ética, a economia não tem por objectivo primeiro produzir bens e serviços, acumular capitais, realizar lucros, mas obra de Vida, servir a Vida e a conquista pela espécie humana do seu estatuto de humanidade num mundo que ela descobre e inventa ao mesmo tempo que se descobre e se inventa a si mesma. HENRI BARTOLI, após ter sido professor nas Faculdades de Direito e de Ciências Económicas de Grenoble, e depois de Paris, e em seguida na Universidade de Paris I Pantheón-Sorbonne, é actualmente presidente do Centro Francês da Sociedade Europeia da Cultura.