O funicular é uma máquina para vencer obstáculos geográficos. Quer o desenvolvimento "abstracto" da solução técnica, quer a sua aplicação "concreta" em contextos específicos trazem consigo modificações radicais na cultura dos lugares onde são construídos. A experiência da paisagem, acelerada pelas vibrações e velocidade dos mecanismos, revela-nos possibilidades escondidas da arquitectura, desde os modos como os espaços de acolhimento são desenhados, ao design industrial das cabines e maquinarias, à percepção da paisagem que decorre do traçado das linhas funiculares. A complementaridade entre o exercício da arquitectura e da engenharia (actividades profissionais paralelas, eventualmente divergentes nos hábitos e estratégias de trabalho mas convergentes na produção de objectos construídos) desempenha, neste cenário, um papel preponderante. Este livro percorre, através do desenho, um inventário em aberto dos funiculares construídos na Suiça e propõe, uma leitura possível que integra a máquina no processo de transformação e humanização da paisagem e do território.