Soa estranha essa aceitação, aparentemente unânime no Brasil, de manter um monarca, enquanto o resto dos Estados americanos já tinham mostrado uma repulsa à mera sugestão de um rei no Novo Mundo. Os brasileiros eram mais passivos e/ou conservadores, como a historiografia hispano-americana lhes acusa? Ou há outra resposta que a historiografia oficial brasileira nos fez esquecer coletivamente? Gostaríamos de sugerir que mais importante do que a rememorização do Grito do Ipiranga, no dia 07 de setembro, para a construção da nova ordem pós-colonial, foi a repressão desse movimento nordestino para republicanizar a forma da soberania. Um esquecimento compartilhado que, como veremos, servia para colocar os alicerces do novo Estado brasileiro.