O que tem a ver um produto nativo já utilizado pelos povos americanos, antes de Colombo, com o capitalismo industrial? Qual a relação dos povos e das etnias amazônicos com a formação dos Estados-nação modernos e como suas identidades coletivas passam a ser conformadas por essa dinâmica histórica e, ao mesmo tempo, como instrumentalizam as identidades legitimadas nesse contexto? Como se processa esse cambiante jogo de identidades no contexto atual da construção de uma estrada a partir de Rio Branco, no Acre, atravessando as fronteiras do Brasil e da Bolívia e estendendo-se por todo o Peru até alcançar o Pacífico? Essas e outras questões são tratadas neste livro, produto de quase três anos de pesquisa nas regiões fronteiriças formadas pelos municípios de Assis Brasil, no Acre, de San Pedro de Bolpebra, na Bolívia e de Iñapari, no Peru, enfocando as dinâmicas socioculturais e históricas que conformaram as fronteiras desses três países. A pesquisa reuniu investigadores de quatro universidades brasileiras (UFAC, PUC-SP, USP, UFC), uma universidade peruana (USAAC) e uma universidade espanhola (UPO), sendo financiada pela AECID - Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento.