Martinho abre as comportas da alma, esgarça as portas da mente e resgata do baú do tempo, envolto em brumas, preciosas reminiscências. Passeia pela infância plena de cores vivida e revivida em sua terra natal; relembra heróis adormecidos nas páginas amareladas dos gibis, a destreza do rolar bolinhas de gude, rodopiar piões, brincadeiras de cowboy, num misto de fantasia e realidade. Leva-nos, entre risos e memoráveis acordes musicais, aos salões cheios de brilho onde viveu seus sonhos adolescentes, onde teceu suas fantasias de moço. Do solo gaúcho desengaveta vivências colhidas e recolhidas nas madrugadas solitárias, com a companhia das estrelas, a cumplicidade do luar e o som lúgubre das aves noturnas; soturnas testemunhas de suas experiências e inexperiências de médico de vidas e confidente de almas. Na toada do minuano e do silêncio das coxilhas abastece sua rica bagagem humana. Seguindo os passos de seu pai, líder político da região, incursiona, com brilhantismo, pelo (...)