Eu ia saindo, distraído, da Livraria do Globo, com A Montanha Mágica, de Thomas Mann, debaixo do braço, quando, ao pôr o pé para fora da porta, esbarrei numa moça que caminhava perto da vitrine. Dei um passo para trás, com um pedido de desculpas nos lábios. Nossos olhares se cruzaram por um instante. Olhos verdes! Meu coração disparou, um vazio abriu-se no meu peito, minhas pernas pesaram e meus pés fixaram-se no piso. É Ela, é Ela, pensei. Não posso deixá-la escapar. Refiz-me num instante e corri no seu encalço. Senhorita. Senhorita. Ela parou e se virou para mim. Permite que a acompanhe? Ela me olha da cabeça aos pés. Nosso olhos se encontraram novamente. Ela esboçou um sorriso e respondeu: Por que não?