Antes dos 10 anos de idade, Júnia se vê órfã de pai e mãe vivos. Abandonados pela mãe e sem contato com o pai – ausente - por muitos anos, ela e seus irmãos são entregues à própria sorte, separados e espalhados por diferentes lugares e cidades, vivendo em orfanatos, casas de parentes e até de pessoas com quem não tinham intimidade. Tudo o que é narrado aconteceu de verdade. Uma história que teria tudo para dar errado. Mas a autora confere à narrativa a mesma energia e força de vontade que teve para transpor os obstáculos de uma vida de privações e se encarrega também de valorizar as relações de amor e de apoio dos poucos que se dispuseram a ajudá-la ao longo dessa jornada – quase solitária – e apesar de uma história triste em muitos momentos, o livro nos possibilita também caminhar ao lado de Júnia em sua busca por uma vida melhor, por um lugar no mundo, e comemorar com ela cada pequena conquista. Mais do que uma história de sofrimento, esta é uma saga de superação.