A Jovem afirma ter visto um homem levar uma criança até uma esquina, espancá-la, violenta-la e comê-la. A comoção é geral. Crime verdadeiro ou pura imaginação? Não se sabe. Pouco importa a verdade. Mas é necessário que haja um crime a ser pago assim como que haja um culpado. Só então a comunidade poderá se limpar do horror que ela mesma provocou. Com uma linguagem carnal e lírica, Queimaduras fala do quão gratuita é a violência no mundo contemporâneo e aponta, de forma aguda, algo que preferimos não enxergar: a civilização é irmã da barbárie.